O Início

 

Tudo começou com uma dor fina e aguda na mama esquerda, enquanto amamentava meu caçula (tenho 5 filhos), já com 2 anos. Imediatamente o tirei da mama, e decidi desmamá-lo, o que foi até fácil... achei que seria mais traumático, para ambos.

A dor na mama se seguiu por alguns dias, tinha também um formigamento e uma dor no braço esquerdo que já sentia havia uns 3 meses... Diante disso conversei com meu colega de trabalho, médico (sou enfermeira) e ele me fez o pedido de alguns exames de rotina, entre eles a mamografia.

Em menos de 1 semana estava marcada, fiz tudo pelo SUS. Já havia feito uma mamografia há 3 anos antes, aos 35 anos; minha mãe teve câncer de mama, minha tia faleceu em decorrência de complicações (metástase) de um câncer de mama, minha irmã mais nova já havia retirado nódulos da mama, ou seja, um histórico familiar importante.

Desde o início do exame percebi que tinha algo diferente, entrei e saí da sala umas 3 ou 4 vezes, sempre repetindo as imagens, ora na primeira vez entrei na sala uma única vez, e pronto... desta vez a atendente me havia informado que se “houvesse” alguma coisa entrariam em contato antes do prazo previsto para o laudo que seria mais ou menos 15 dias.

Na primeira semana depois do exame, confesso que fiquei apreensiva, mas passado esse período relaxei, imaginei que se não tinham entrado em contato, certamente não haveria nada.

Engano o meu, 9 dias passados do exame recebo o recado: “Enfª Cintia favor entrar em contato com o TFD (Tratamento Fora do Domicílio) com URGÊNCIA.” Essa palavra é pesou, trabalhei a noite toda repetindo pra mim mesma: viram um tumor... Viram um tumor...

Na manhã seguinte fui direto ao TFD, chegando lá, fui informada que deveria voltar à Clínica para fazer “exames complementares”, pois teriam visualizado “algo” suspeito. Estes tais exames complementares era outra mamografia mais específica, mais detalhada, e uma ecografia da mama que foi marcada para quatro dias depois.

Que longos dias de espera, pareciam meses... A ansiedade e a incerteza nos deixam loucas, nestas horas. Mas no fundo, lá no fundo eu sabia que era algo não muito bom...

Também tinha sonhado uns dias antes de conversar com meu colega médico, que eu estava em tratamento de câncer... sei lá coisas de mulher, intuição, premonição essas coisas...

Bem é isso, assim foi o início desta história, o final ainda nem imagino qual será, apenas espero que seja o “feliz”.